Oiee!! Demorei mais voltei!
Essa semana foi passada uma proposta de
redação bem bacana. O texto narra
o primeiro encontro da personagem Amélie Polain ( O fabuloso destino de Amélie Poulain) com o misterioso dono de uma caixinha dos tesouros de crianças.
Vou postar o que criei. Bjss
MEMÓRIAS
O semáforo fecha. Os carros continuam a buzinar. Pessoas apressadas atravessam a rua. Estou na entrada da estação Les Gobelins. Posso avistar milhares de pessoas na minha frente à espera do próximo metrô. Uma mulher com saia vermelha e olhos calorosos tropeça em meus pés. Ajudo-a juntar uma pequena caixinha de madeira que caiu no chão. Seu olhar, agora, trazia consigo uma tristeza iminente. Mal há tempo para que ela se desculpe, logo some em meio àquele formigueiro humano.
A noite rapidamente atinge Paris. Sigo caminho até meu apartamento. Assim que chego a minha residência, noto um envelope sob a porta. Abro-o curioso. Há apenas uma curta frase: “Dirija-se ao café C'est Mon Plaisir, às 7:00a.m. Haverá uma mesa reservada em seu nome. Amélie”.
Na manhã seguinte, sigo o caminho até a cafeteria. Penso em desistir. Mas algo desconhecido motiva-me a seguir adiante. Paro perante a entrada. Observo os clientes. Discutem os assustos mais triviais possíveis. Ingresso no estabelecimento.
Os papéis de parede coloridos descontraem os consumidores. Procuro a atendente. Pergunto sobre uma mesa reservada. Sou encaminhado até a mesma. Não há ninguém a minha espera. Estranho cada vez mais esta situação. Observo sobre a mesa um pequeno pacote. Abro-o. Surpreso e encantado, toco delicadamente o brinquedo. Aquele fora um dos meus tesouros de infância. Lembro-me imediatamente de minha caixinha de madeira. Era a mesma que caira no chão da estação de metrô. Nela guardei há, muitos anos, artefatos que, na visão de uma criança, são os seus bens supremos. No fundo do pacote há uma carta: “Vá ao Arco do Triunfo no fim da tarde. Situe-se em frente ao Túmulo do Soldado Desconhecido. Amélie”.
Sigo caminho na Champs-Élysées. Chego à base do Arco. Fico emocionado. Lá encontra-se a caixinha de madeira e mais uma carta. Leio-a atentamente. Amélie, narra o quão difícil fora encontrar-me. Acabou por descobrir-me no relatório de ex-moradores do prédio no qual reside, já que encontrara a caixa em seu apartamento. Além disto, ela revela estar seguindo-me nas últimas semanas. Leio elogios sobre minha personalidade: ” Um homem virtuoso e elegante”. Escuto um barulho. Levanto a face. Meus olhos deparam-se novamente com a mulher de saia vermelha. Ela transmitia um olhar realizado de quem havia cumprido sua missão de entregar o tesouro ao verdadeiro dono.